sábado, 28 de maio de 2011

CAFÉ COM POEMAS, NO "CAPUCCINO" EM CARCAVELOS, 27 DE MAIO





CAFÉ POEMA - A LUA



UM AMOR IMPOSSIVEL

Eu giro ansiosamente à tua volta
Todos os meses dou a volta inteira
À espera de te ouvir dizer
Para ir ter contigo!

Mas não! Vens com a desculpa
Das leis da física,
E que não pode ser!
E onde é que isto ia parar?

Mas eu sei muito bem
Qual é o teu problema
Tu tens é a mania das grandezas
E andas para aí às voltas ao Sol!

Mas o Sol tem mais que fazer
Do que estar interessado em ti
Quando tem tantos planetas
Que também não o largam!

Lá porque tens a mania
Que só tu é que tens vida inteligente!
Sabe-se lá se isso é verdade?
E mesmo que fosse?

Achas que o Sol te ia escolher,
Com esse tamanhinho,
Quando andam à volta dele
Uns planetas bem matulões?

Já eu, bem sei que sou pequeno
Mas estou aqui mesmo a jeito…
Porque é que não podemos
Quebrar as leis da Física?

Sei que a nossa atracção é mútua
É só eu parar um bocadinho
E zaz! Entro logo por ti a dentro!
Oh Terra, diz lá que sim à tua Lua!
  

Eduardo Martins
Carcavelos, Maio 2011



CAFÉ POEMA - A LUA


SEMPRE NA LUA

Dizes que estou sempre na Lua
E que não ligo ao que se passa cá na Terra
É mais outra das tuas contradições!
Se eu estou na Lua, não estou cá em baixo!

Dizes que estou sempre distraído,
Que deixo tudo por fazer,
Mais uma vez não é verdade!
Eu ando a resolver os problemas deste mundo!

Qual é a importância
Da roupa espalhada no chão
Quando estou quase, quase
A descobrir o movimento perpétuo!

Quando só me falta pôr a trabalhar,
(É mesmo, mesmo só o que falta!)
Um comboio com motor a ar não poluído,
E tu preocupada com a loiça do jantar toda suja!

Estás sempre a dizer mal de mim!
Que ando sempre na Lua!
Que não tenho os pés assentes na terra!
Que não tenho um emprego como toda a gente!

Toda a gente, toda a gente!
Cada vez há mais desempregados!
E esses em vez de andarem para aí nos Centros de Emprego,
Deviam era fazer coisas úteis, como eu faço!

  
Eduardo Martins
Carcavelos, Maio 2011

10 comentários:

  1. noite fora descubro a escrita - boa ! abraço -
    carlos peres feio -

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  2. Ora seja vocência muito bem vindo à confraria dos insones.

    Letra a letra se vai escrevendo uma vida... ou várias, que por aqui não há dessas limitações nem de tempo nem de espaço.

    E se gosto de te ouvir dizer as tuas coisas, não desgosto, depois, do que me é dado a ler.

    Ficou, pois, a blogosfera e nós todos mais ricos. E vais já para a minha lista de referências, que é por causa das moscas...

    Felicidades por cá, são os meus votos.

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  3. Gosto bastante de ouvir o que tens lido nas sessões em que tenho estado presente, a ironia e a tua boa disposição são das coisas que gosto de ouvir, dá-me gozo :))).
    Continua eu vou ouvindo e lendo e até :)))
    Lourdes

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  4. Parabéns pelo blog. Mais um empurrão nas "Letras", palavras a fluirem como as cerejas prometem ....

    Ana Freitas

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  5. Meu caro apanhador de cerejas, aqui vai uma palavra de incentivo, mas por favor vai devagarinho porque apanhar cerejas dá cabo das costas a que tem hérnias lombares e queremos que este blog dure mais do que " O tempo das cerejas"
    da amante de cerejas

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  6. Amigo Eduardo
    Foi com enorme prazer
    Não com grande surpresa
    Hoje p´rá sobremesa
    tive o gosto de te ler

    A vida é mesmo assim
    Leva-nos o que pode
    Se puder inda nos " f "
    Mas deixa o melhor pró fim

    Revelou-me um amigo
    com alma de poeta
    e nessa eu estou contigo

    Veloz como uma seta
    vou ver sinda consigo
    dizer o verso á caneta.

    Bj. Guida

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  7. Oh Guida "de" Maldonado!
    Agradeço o Comentário
    Mas não era necessário
    Vir em soneto rimado!

    Mas se também te revelas
    nos poemas que versejas,
    palavras como as cerejas,
    venham cá, vamos a elas!

    Quando me dá para rimar
    À caneta eu não dou uso
    nem ao lápis por afiar,

    Vou a correr, sei que abuso
    para o computador usar,
    e o texto sai confuso...

    Eduardo

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  8. Continuando a versejar
    Sempre te digo ó amigo
    Ninguem se meta contigo
    Quando se trata de rimar

    E como dizes tão bem
    Palavras como as cerejas
    Mando mais para que vejas
    Que atrás duma outra vem

    Como tu escrevi na hora
    e o computador usei
    deitando a caneta fora

    Nem uma cereja papei
    destas que te mando aqui
    todas para ti guardei.

    Guida

    7 de Junho, 2011

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  9. Não sei onde é que isto vai
    a continuarmos assim
    a rimação não tem fim
    soneto vem, outro atrai

    Palavras como as cerejas
    Porque se seguem assim?
    Mas tudo terá um fim,
    nem sempre como desejas

    Com o soneto a acabar
    e eu quase a ir-me embora
    dei por mim a reparar

    que deitaste a regra fora,
    a rima foste quebrar,
    puseste aqui, não agora...

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  10. Soneto após soneto
    Já me cheira a desgarrada.
    De dois passa a terceto
    Se eu não fizer asneirada.

    Eu não sou bom rimador.
    -P'ra isso é preciso jeito-
    Sou melhor em prosador
    Porem este desafio aceito.

    Mas agora à rasca já estou,
    O que dizer, já não sei...
    (Estou pior que a geração!)

    A poética veia acabou
    E então, por hoje acabei
    A minha contribuíção.

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