sábado, 31 de março de 2012

Café Poema

Mais um Café Poema dinamizado pelo Sergio Guerreiro, desta vez sob o tema "Primavera Poética", e que tinha como "Prato Forte" a apresentação de um video por ele realizado com o patrocinio da C.M. Lisboa, em Monsanto, captando imagens de aves. Muito Bom! Só perderam os que não estiveram lá para ver.
Como meu costume, levei uma poesia feita para a ocasião, e sujeita ao "Tema"


CAFÉ POEMA – PRIMAVERA POÉTICA

PRIMAVERA ADIADA

Se a tradição já não é o que era,
Olhem que a Primavera também
Deixa muito a desejar…

O Inverno, foi o que se viu, e sentiu;
A Primavera, é isto que se vê e sente…
A chuva a muito custo lá pingou…

Já não bastava a crise,
(Crise? Qual crise???)
Que nos inunda nos jornais,

Ainda temos as secas,
E as Mecas, para onde se viram
Todos aqueles que acreditam

Que a sua oração sentida
Bem rezada, bem benzida
Fará a dança da chuva.

Mas agora, meus amores,
Já estamos na Primavera,
E tudo será melhor, não acham?

Não! Eu não acho!
Não são as flores e os passarinhos
Que nos salvam!

Também pelo já visto e sentido
Não são Francos e Germanos
Que nos vem salvar

Talvez venham sim, verificar
Se à beira da sepultura
Estamos é todos bem mortos.

Primavera Poética?
Já estou é com saudades
De um Inverno à séria!

Eduardo Martins
Carcavelos, 30 de Março de 2012


Dia Mundial da Poesia em Coruche


No Dia Mundial da Poesia, a convite da Ana Freitas, que além de se dedicar às poesias, e outras artes mais pictóricas, também é professora na Escola Secundária de Coruche, e integrado num grupo itinerante (ou poderei escrever de "poetas ambulantes"?) que se deslocou desde Carcavelos, de que faziam parte, por ordem alfabética e de entrada em cena, Carlos Feio, David Silva, Eduardo Martins, Estefânia Estevens, Francisco Lampreia, e Jorge Castro, com o apoio logístico da Lurdes Calmeiro.
A sessão foi magnifica, variada, com grande participação de alunos, com produção própria, e lendo poesias conhecidas, além de vários poetas locais, que também mostraram os seus multiplos dotes.

Pela minha parte, li o que escrevera a propósito deste dia... 


DIA MUNDIAL DA POESIA 2012
 

Hoje como é 21 de Março, e segundo parece
Também começa a Primavera,

Convencionou-se comemorar

O Dia Mundial da Poesia.

Se o Natal como se diz, é sempre que um homem quiser,
E para isso é preciso bons sentimentos,

E amor ao próximo e etc. e tal,
Já para o Dia Mundial da Poesia

Nada disso é preciso,
A poesia existe todos os dias!
Porque há poesia romântica,

Lírica, épica, heróica, revolucionária,
Realista, republicana, surrealista,

Neo-realista, fascista, comunista, cristã
Exotérica, erótica, homossexual,

Pornográfica, irónica, satírica,
Libidinosa, pedófila,
Todos os dias há poesia…
Só que… como há dias bonitos e feios,

Dias bons e dias maus,
Também há poesia boa e poesia má…

Há dias em que mais valia
A poesia estar sossegada…

Eduardo Martins

Carcavelos, 21 de Março de 2012 os poluidores o Ambiente ia ser todos os dias

terça-feira, 20 de março de 2012

NOITES COM POEMAS - LETRAS COM COR

Na ultima sexta- feira a sessão das "Noites com Poemas" foi especial... A pintora Isabel Nunes tinha exposto na sala um conjunto de quadros da sua autoria, e préviamente, os "poetas de serviço", tinham sido convidados a escolher cada um um quadro, e depois fazer um poema alusivo...
Quando se distribuiam os quadros, o titulo de um deles, ainda antes de ver a cópia do mesmo, "tilintou" cá dentro: o titulo é "Violeta"...



Foi esta a minha leitura do quadro, e a acompanhar o momento da leitura, uma foto da Lurdes Calmeiro...


VIOLETA

Não sei se no princípio era a cor,
 Se foram as letras que me envolveram,

 Ou se naturalmente o nome se veio expor.

Quando ouvi “Violeta” ainda não tinha a visão,
Total do quadro original com 70 por 90,

Nem sequer da reprodução de muito menor dimensão,

Em que com muita pena da autora, a Isabel,
                                      Pelo menos uma cor estava quase ausente…

                                          Não! A reprodução não era a mais fiel!

“Violeta” é o nome do quadro e da cor que quase não havia
                                           Na reprodução que me foi mostrada,

                                        E então o nome “Violeta” ali pouco valia.

Respeito a cor e o nome que a autora pôs no original,
                                         Mas quanto à qualidade da reprodução,

Quanto a isso, não posso dizer nenhum mal,

                                 Porque devido a ela, à qualidade da tal reprodução,
                                 
                                    Tenho um amor de neta que se chama Violeta,

                                   Que é filha do meu filho, em segunda geração…


Agora que já vi o quadro, com as cores originais,
                                  Continuo a acreditar na qualidade da reprodução,

                                        Mas à sua observação associo algo mais:

Na mulher do quadro, há um ar frio, e gestos de vingança!
                                             Não acredito que se chame Violeta,

Porque a minha neta, tem um ar doce, de criança.

                              Neste quadro, que agora como algo novo se apresenta,

                           Se às cores, às flores, ao painel, ao ar frio, ao gesto brutal,

                   Juntarmos um “n” ao nome “Violeta”, a personagem fica…“Violenta”…

Eduardo Martins
16 de Março de 2012

domingo, 11 de março de 2012

UM POEMA NA VILA - OS RIOS NA POESIA

Desta vez foi em Coruche, no Café da Vila, uma segunda edição de "Um Poema na Vila". Mais uma vez dinamizada pela Ana Freitas, e pela dona do "Café da Vila", a Graça...e outras amantes locais de poesia, a Ju, a Alzira, a Isilda,..., que são frequentadoras assiduas das "Noites Com Poemas" em S. Domingos de Rana...Na primeira , há um mês, não pude ir. Desta vez, fui, gostei, e espero re-incidir... se me convidarem... A "embaixada" das "Noites Com Poemas" era composta pelo Carlos Peres Feio, pelo David Silva, e por mim...
O tema era "Os Rios na Poesia", e no meio de tanta poesia produzida localmente, além das participações dos outros convidados, li o que tinha escrito para a ocasião:

AO SABOR DA CORRENTE

Será que os rios têm sexo?

O rio Sorraia! – rio é masculino,

Mas Sorraia, é um nome feminino,

Mas como surge?

O Rio, o Sorraia, é fruto de uma união,

De facto, da ribeira de Sor, com a ribeira da Raia.

Sorraia!

Se fosse Soraia era mais feminino

Mas perdia o “r”…

E se fosse o rio Sorria?

Aí perdia o “a”, mas ganhava em alegria.

E se fosse só Rio?

O rio que trás tudo, e tudo leva

Até à foz, na Ponta da Erva…

E o arroz?

Nas margens, no leito,

As mulheres colhem o arroz

E ganham sezões.

Mas as mulheres são fortes!

E vencem o rio…

Só o rio?

Não! Sorraia!!!