segunda-feira, 30 de abril de 2012

Apresentação da 2ª Edição das "Crónicas do Avó Chico"

O Pedro Jardim, que anda activissimo em dar a conhecer o seu primeiro livro, convidou-me para fazer uma intervenção no lançamento da 2ª edição do livro na FNAC Vasco da Gama, no Domingo 29 de Abril.
O que eu escrevi e li, foi o seguinte:


PEDRO JARDIM: APRESENTAÇÃO DA 2ª EDIÇÃO

DO LIVRO ”CRÓNICAS DO AVÔ CHICO”

Boa tarde a todos.


Em primeiro lugar, como é de bom-tom, quero agradecer ao Pedro Jardim o convite que me fez para apresentar esta 2ª edição do seu 1º livro “Crónicas do Avô Chico”. (E digo 1º livro, porque ele parece que lhe tomou o gosto, e já vem a caminho mais escrita…)

Haveria com certeza pessoas muito mais habilitadas e conceituadas para estarem aqui a fazer esta apresentação, porque eu, com quase sessenta e sete anos, e tomando como norma aquela de que um homem deve ter um filho, plantar uma arvore e escrever um livro, ainda só cumpri, embora em duplicado, a questão do filho…tenho dois… nada de plantar árvores, e nada de livros escritos…

 Quanto ao Pedro, no que respeita a filhos, já sei que tem um; árvores plantadas, não sei, mas pelo menos é capaz de “ter plantado alguma figueira”, como se diz em gíria depois de alguma queda mais aparatosa; quanto a livros, é o que se vê…

 Tenho também a dizer que tenho inveja do Pedro, porque ele teve o privilégio de conhecer os avôs, o que infelizmente não aconteceu comigo. Ele conheceu os avôs, concretamente o Avô Chico, privou com ele, admirou-o, aprendeu com ele, seguiu-o…

Eu não conheci os meus, apenas conheci as avós, e histórias que pudessem contribuir para uma memória virtual deles, apenas umas muito dispersas do avô paterno, que o meu pai me contava.

Os pais são muito importantes, mas os avós…

Eu já tenho dois netos. Tenho essa felicidade, que só não é maior, porque vivem a 300 Km. de mim, e não posso estar sempre com eles como desejaria…

Chega de falar de mim!

O Pedro é um lutador. Escreveu um livro, de homenagem ao Avô Chico, e quer que o máximo de pessoas compartilhe com ele as boas memórias que lhe ficaram, porque um livro pode ser editado, mas se não for lido para que é que serve? Para fazer de calço a algum armário?

E então não ficou à espera que a editora promovesse as acções de divulgação que considerasse necessárias e suficientes, na sua política editorial, para o livro ser conhecido e vendido, e lido.

Não! Mexe-se por tudo quanto é lado, vai aos programas da tarde na TV; vai às Juntas de Freguesia, corre as livrarias, os auditórios da FNAC, como este onde estamos.

Quero crer também, que não é por desejo de protagonismo, porque para isso, o melhor é continuar a escrever, e afirmar-se cada vez mais no aprimorar da escrita, que o escritor, penso eu, deve ser conhecido pelo importância do que escreve, e não pelo número de vezes que aparece em eventos sociais descritos em revistas cor de rosa.

É que, embora não pareça, o Pedro tem um feitio parecido comigo em algumas coisas…

E digo isto, porque tendo respondido a um teste (levezinho…) de personalidade, que por curiosidade enviei depois ao Pedro, para que ele também o fizesse, os resultados de ambos   (com a verdade cientifica que estas coisas têm…), são idênticos, ou seja segundo o teste, “as outras pessoas consideram-nos sensíveis, prudentes, cuidadosos, e práticos. Consideram-nos inteligentes, dotados e talentosos, mas modestos…

Antes de passar a palavra ao Pedro Jardim, permitia-me ler algumas partes do texto introdutório do livro, para abrir o apetite para leituras mais profundas:

(…..)

Obrigado


Eduardo Martins

Lisboa, Fnac Vasco da Gama, 29 de Abril de 2012  

O Canguru do Gu

O meu neto Gustavo, ganhou um primeiro prémio de Matemática numas "mini olimpiadas" ao nível do 1º ciclo, e por agrupamentos de escolas...

Fiz-lhe esta pequena homenagem:

CANGURU

(PRÉMIO ESCOLAR DE MATEMÁTICA – 1º CICLO)



Gustavo, Gu, meu netinho

Pelo futebol apanhado,

Mas se está para ai virado

Faz ao dedo outro gostinho:



Gu gosta de matemática,

Resolve bem os problemas.

Tudo com uma grande prática,

Não se põe para lá com esquemas!



De matemática, vê lá tu

Que houve um concurso escolar,

Que se chamou canguru!



Como é que ele foi acabar?:

No primeiro ciclo o Gu,

Ficou em primeiro lugar!



Eduardo Martins

23 de Abril de 2012



sexta-feira, 27 de abril de 2012

25 de Abril de 2012 - Homenagem a Zeca Afonso

A Câmara Municipal de Lisboa, em colaboração com o Mini Teatro da Calçada, efectuou uma homenagem ao Zeca Afonso, no ano do 25º aniversário da sua morte.
Convidou 25 poetas para escreverem 25 poetas ao Zeca.
Um grupo de pessoas que participa nas "Noites com Poemas" na Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana, que são coordenadas pelo Jorge Castro, foi por este convidada a participar naquela sessão.

A poesia que eu apresentei foi a que segue:





sábado, 14 de abril de 2012

Uma Visita ao Cartaxo

NOTA: Esta Descrição de uma Viagem e de uma Estadia, com Pensão Incompleta (só faltou a dormida…) na Casa do Quintal no Cartaxo, é dedicada em primeiro lugar às Proprietárias, a Zé e a Isa Pego, e também a todos restantes convidados presentes, cuja lista segue por ordem ANAlfabética (porque os primeiros nomes são Ana…): Ana Moura; Ana Oliveira; Fernanda Athayde; Guida Maldonado; João Barra; Lena Maldonado; Leonor Teixeira; Maria Augusta Cortes; Violeta Martins.  




À DESCOBERTA DO CARTAXO




Indo eu, estrada fora, à procura do Cartaxo

Vou com a Ana e com a Violeta, e nem mesmo assim o acho!



Aveiras de Cima, Aveiras de Baixo

Pontével para ali, onde é o Cartaxo?



Rotundas torneio, já tonto me acho,

Onde estão as Manas Pego do Cartaxo?



Vi o Minipreço, Mármores por cortar,

Rodo outra rotunda, estou a enjoar!



No sentido proibido, a Isa orientando,

Dá abraços e beijos, e a Violeta olhando.



Os outros lá dentro, já estão a morfar,

Vamos lá depressa, vamos ajudar!



Bolos e bolinhos, queijinhos, sei lá!

E um vinho abafado, também disse olá!



Morfemos então, abafemos bem

Comamos queijadas de Sintra também!



Deposta a comida foi exposta a Cultura.

Quem expôs foi a Zé, com muita doçura.



A origem do Cartaxo, dos forais, dos reis

Da vinha plantada, do vinho em toneis,



Discutiu - se então a fundo onde se ia almoçar,

Se íamos todos ao bruxo, ou de Cernelha pegar.



Fizemos todos a pega, e que bem-feita de lado!

Bacalhau, Sável, Enguias, Magusto, Açorda, Ensopado…



Com branco e tinto bebido, comida bem aviada,

Lá partimos para a cultura, para a Palhota e para a Valada.



Na aldeia da Palhota, casas sobre estacaria,

Para assim escapar ao Tejo, cada vez que ele subia.



Sobre estacas é o cais onde os barcos encostavam

Quando ao cair da manhã, de pescar do rio chegavam.



Abalámos para a Valada, para o sobe e desce do dique,

Passámos pela D. Amélia, mas não por Vila Chã de Ourique…



Ainda há quintas de lavoura, com terras ao Deus dará,

Terra assim de tão inculta, a pobreza que trará…



Há casas apalaçadas onde já não há ninguém,

Os filhos foram-se embora, quando partiu pai e mãe.



Regressados ao Cartaxo, com a cultura despachada,

Foram ver nas velharias, de alguma mais engraçada,



Que se deixasse comprar por um preço do Cartaxo,

Que é assim como quem diz, baratinho, leve e baixo.



Na Casa do Quintal, para culminar a jornada,

Com um gostoso lanchar, foi a mesa ataviada.



Ao lanche chamaram um figo, e não só com o olhar se come,

Porque isto da cultura, e das velharias dá fome…



Comendo, bebendo e rindo, a noite está a chegar,

Com tristeza e já saudade, tivemos de regressar,



Agradecendo às Cartaxeiras e para mais Ribatejanas

Anfitriãs, Zé e Isa, que são Pego, ricas Manas!





Eduardo Martins

Carcavelos, 28 de Março de 2012