sábado, 14 de abril de 2012

Uma Visita ao Cartaxo

NOTA: Esta Descrição de uma Viagem e de uma Estadia, com Pensão Incompleta (só faltou a dormida…) na Casa do Quintal no Cartaxo, é dedicada em primeiro lugar às Proprietárias, a Zé e a Isa Pego, e também a todos restantes convidados presentes, cuja lista segue por ordem ANAlfabética (porque os primeiros nomes são Ana…): Ana Moura; Ana Oliveira; Fernanda Athayde; Guida Maldonado; João Barra; Lena Maldonado; Leonor Teixeira; Maria Augusta Cortes; Violeta Martins.  




À DESCOBERTA DO CARTAXO




Indo eu, estrada fora, à procura do Cartaxo

Vou com a Ana e com a Violeta, e nem mesmo assim o acho!



Aveiras de Cima, Aveiras de Baixo

Pontével para ali, onde é o Cartaxo?



Rotundas torneio, já tonto me acho,

Onde estão as Manas Pego do Cartaxo?



Vi o Minipreço, Mármores por cortar,

Rodo outra rotunda, estou a enjoar!



No sentido proibido, a Isa orientando,

Dá abraços e beijos, e a Violeta olhando.



Os outros lá dentro, já estão a morfar,

Vamos lá depressa, vamos ajudar!



Bolos e bolinhos, queijinhos, sei lá!

E um vinho abafado, também disse olá!



Morfemos então, abafemos bem

Comamos queijadas de Sintra também!



Deposta a comida foi exposta a Cultura.

Quem expôs foi a Zé, com muita doçura.



A origem do Cartaxo, dos forais, dos reis

Da vinha plantada, do vinho em toneis,



Discutiu - se então a fundo onde se ia almoçar,

Se íamos todos ao bruxo, ou de Cernelha pegar.



Fizemos todos a pega, e que bem-feita de lado!

Bacalhau, Sável, Enguias, Magusto, Açorda, Ensopado…



Com branco e tinto bebido, comida bem aviada,

Lá partimos para a cultura, para a Palhota e para a Valada.



Na aldeia da Palhota, casas sobre estacaria,

Para assim escapar ao Tejo, cada vez que ele subia.



Sobre estacas é o cais onde os barcos encostavam

Quando ao cair da manhã, de pescar do rio chegavam.



Abalámos para a Valada, para o sobe e desce do dique,

Passámos pela D. Amélia, mas não por Vila Chã de Ourique…



Ainda há quintas de lavoura, com terras ao Deus dará,

Terra assim de tão inculta, a pobreza que trará…



Há casas apalaçadas onde já não há ninguém,

Os filhos foram-se embora, quando partiu pai e mãe.



Regressados ao Cartaxo, com a cultura despachada,

Foram ver nas velharias, de alguma mais engraçada,



Que se deixasse comprar por um preço do Cartaxo,

Que é assim como quem diz, baratinho, leve e baixo.



Na Casa do Quintal, para culminar a jornada,

Com um gostoso lanchar, foi a mesa ataviada.



Ao lanche chamaram um figo, e não só com o olhar se come,

Porque isto da cultura, e das velharias dá fome…



Comendo, bebendo e rindo, a noite está a chegar,

Com tristeza e já saudade, tivemos de regressar,



Agradecendo às Cartaxeiras e para mais Ribatejanas

Anfitriãs, Zé e Isa, que são Pego, ricas Manas!





Eduardo Martins

Carcavelos, 28 de Março de 2012

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