sábado, 28 de maio de 2011

EM ABRIL, A 15, NAS NOITES COM POEMAS

SEPARAÇÃO IGREJA E ESTADO


A SEPARAÇÃO



Toda a imprensa nacional (e mesmo internacional),

Se referiu com grande destaque à separação.



Alguns factos não confirmados pelas partes eram contudo considerados

Como indicativos de que a união não estava a passar pelos melhores dias.



Ao que conseguimos apurar, a separação foi litigiosa,

já que uma das partes não queria abdicar dos direitos adquiridos

ao longo de tantos anos da ligação

que tão proveitosa parecia ser para ambas as partes.



Pode mesmo afirmar-se, correndo o risco de alguma incorrecção,

que o que houve não foi um divórcio,

visto que tal palavra não fazia parte do vocabulário consentido,

e apenas alguns estrangeirados lhe conheciam

o verdadeiro significado.



O que houve foram manifestas acções de pressão, machismo,

E de violência sobre a outra parte

Tendo-a expulsado de casa, alegando maus comportamentos,

Relações promiscuas,

E negando-lhe meios de subsistência,

A ela, que tanto o tinha apoiado durante todos os anos que estiveram juntos,

E contribuído para a estabilidade do lar…



Foi de facto uma acção muito infeliz, a do Estado sobre a Igreja!



E a maior infelicidade é que então ainda não existia a APAV



(Associação Portuguesa de Apoio à Vitima)




Eduardo Martins

Carcavelos, Abril 2011





SEPARAÇÃO IGREJA E ESTADO

LEITURA APRESSADA

A época foi realmente (realmente não! Re pu bli ca na men te!) conturbada.

Os legisladores da Republica conheciam o Engels e os outros autores.
Leram a “Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”
Mas as teorias sociais e socializantes lá expostas,
Foram tão rapidamente engolidas,
E tão A mal ga ma da men te  absorvidas,
Que o resultado foi aquilo que se viu

Legislaram devolver a Religião ao estrito foro da Família,
Ou seja,  à sua Propriedade Privada.
(Estamos a falar da parte imaterial da religião,
aquela que está no intimo das pessoas,
e cujas manifestações de culto podem ocorrer em qualquer lado).

No entanto a outra parte, (bem mais palpável),
como sejam os locais onde se materializava a Religião,
- As igrejas, os conventos, os colégios,
as quintas, as ricas alfaias, as agrícolas e as outras,
os ricos adereços e objectos de culto,
aquilo que era considerado Propriedade da Igreja,

Tudo isso passou para a Propriedade Privada… do Estado.

Não terá sido por terem lido o livro à pressa?

Eduardo Martins
Carcavelos, Abril 2011

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