sábado, 30 de julho de 2011

CAFÉ POEMA DE 29 DE JULHO DE 2011

No Café Poema do Capuccino em Carcavelos, organizado pelo Sergio Guerreiro, e que fui tomar pela segunda vez, o Tema desta sessão era Anti-Crise, (o que aliás não é nada actual...), e eu escrevi e li os poemas que se seguem:



ANTI –CRISE?

Anti-crise?
Anti-Dantas, Pim!
Dizia o Almada,
Aquele que de Negreiros
Tinha o nome!


Anti-crise?
Anti- Ciclone! O dos Açores,
Dizia o Anthímio,
O de Azevedo,
O do Boletim Meteorológico!


Anti-crise?
Anti-Derrapante!
Dizia o vendedor de material
De revestimentos
De pavimentos.


Anti- crise?
Anti-Cristo!
Dizia o Frederich,
O Nietzsche,
Nicht, Nikles, Batatoides!


Anti-crise?
Anti-Clerical!
Clamava o ateu
Que acha que os padres
São nefastos!


Anti-crise?
Antí-doto!
Dizia a linha SOS veneno,
Quando a suicida
Engoliu o raticida!


Anti-crise?
Anti-depressivo!
Dizia o psicólogo
Receitando uma pipa de comprimidos
A quem tocou no fundo!



Anti-crise?
Antí-tese!
Depois da Tese
E antes da Síntese
Como fazem os Dialécticos!



Anti-crise?
Anti- Aérea!
A Artilharia para deitar abaixo
As ideias esvoaçantes
De alguns sonhadores!



Anti-crise?
Anti-Democrata!
Não! Tu é que és! Anti-Fascista!
Anti-Racista!
Anti-gamente é que era!


Anti-crise?
Anti-Quê?
Não acham que já chega?
Façam qualquer coisa!
Mas por favor!
Não imitem o Tarado da Noruega!




Eduardo Martins
Carcavelos, Julho 2011


COERÊNCIA


Eu sempre fui coerente!
Sempre segui as minhas convicções!
Fui sempre do contra!
Fui sempre pelas minorias!
Fui sempre Anti!
Anti todas as maiorias!

Mas agora! Ai! agora!
Tive de rever as minhas opções!
Quando tantos estão contra a Crise,
Quando tantos são anti- crise!
Eu venho aqui afirmar,
E continuo a ser coerente,
Que se a maioria está contra a crise;
Se quase ninguém a apoia,
Então eu apoio a crise!

Eu desejo, ardentemente!
Que a crise cresça ainda mais!
Que se torne desmesuradamente enorme!

Quando ela atingir tudo,
Então eu já tenho de novo,
 Motivo para ser do contra!
Para ser Anti-Crise!

E então lutarei com todas as minhas forças
Para acabar com ela, a Crise!
E continuarei sempre! sempre!
A ser coerente!







Eduardo Martins
Carcavelos, Julho 2011


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