terça-feira, 20 de março de 2012

NOITES COM POEMAS - LETRAS COM COR

Na ultima sexta- feira a sessão das "Noites com Poemas" foi especial... A pintora Isabel Nunes tinha exposto na sala um conjunto de quadros da sua autoria, e préviamente, os "poetas de serviço", tinham sido convidados a escolher cada um um quadro, e depois fazer um poema alusivo...
Quando se distribuiam os quadros, o titulo de um deles, ainda antes de ver a cópia do mesmo, "tilintou" cá dentro: o titulo é "Violeta"...



Foi esta a minha leitura do quadro, e a acompanhar o momento da leitura, uma foto da Lurdes Calmeiro...


VIOLETA

Não sei se no princípio era a cor,
 Se foram as letras que me envolveram,

 Ou se naturalmente o nome se veio expor.

Quando ouvi “Violeta” ainda não tinha a visão,
Total do quadro original com 70 por 90,

Nem sequer da reprodução de muito menor dimensão,

Em que com muita pena da autora, a Isabel,
                                      Pelo menos uma cor estava quase ausente…

                                          Não! A reprodução não era a mais fiel!

“Violeta” é o nome do quadro e da cor que quase não havia
                                           Na reprodução que me foi mostrada,

                                        E então o nome “Violeta” ali pouco valia.

Respeito a cor e o nome que a autora pôs no original,
                                         Mas quanto à qualidade da reprodução,

Quanto a isso, não posso dizer nenhum mal,

                                 Porque devido a ela, à qualidade da tal reprodução,
                                 
                                    Tenho um amor de neta que se chama Violeta,

                                   Que é filha do meu filho, em segunda geração…


Agora que já vi o quadro, com as cores originais,
                                  Continuo a acreditar na qualidade da reprodução,

                                        Mas à sua observação associo algo mais:

Na mulher do quadro, há um ar frio, e gestos de vingança!
                                             Não acredito que se chame Violeta,

Porque a minha neta, tem um ar doce, de criança.

                              Neste quadro, que agora como algo novo se apresenta,

                           Se às cores, às flores, ao painel, ao ar frio, ao gesto brutal,

                   Juntarmos um “n” ao nome “Violeta”, a personagem fica…“Violenta”…

Eduardo Martins
16 de Março de 2012

2 comentários:

  1. "Noites com Poemas" - sejam letras com cor ou apenas palavras ditas, é uma belíssima iniciativa. "Ser poeta é ser mais alto". O poema tem arte, tem ritmo, tem música, é qualquer coisa de estranho entre o som e o sentido, que não raro nos lê a nós e não nós a ele. Infelizmente, o meu jeito não passa da prosa. Um abraço.

    ResponderEliminar
  2. Bravo Eduardo! Estás cada vez mais requintado na tua poesia. Gostei muito, parabens.
    Guida

    ResponderEliminar