A 14 de Abril , em Coruche, mais "Um Poema na Vila" como sempre muito bem dinamizado por Ana Freitas, desta vez subordinado ao tema "A Beleza na Diferença".
Escrevi e li o seguinte poema:
A
BELEZA NA DIFERENÇA
Sempre
gostei de Aritmética!
Sempre
me dei bem com as operações,
E até mesmo com o cálculo mental!
A adição, a subtracção,
A
multiplicação e a
divisão!
E o
que eu gostava da tabuada…
Na
altura cantada tipo ladainha…
Se
fosse agora, se calhar
Seria para aí em “Hip-Hop”…
Mas não, já não se
canta a tabuada,
Usa-se
a calculadora, mas os dedos,
Também já não
servem só para
contar…
Servem
sobretudo para enviar SMS…
Mas voltando às operações…
Começando pelas mais complicadas,
A
multiplicação, e a
divisão:
A
multiplicação, por
vezes
Dá um produto estragado, ou fora de prazo,
Como
impostos encapotados ou não;
A
Divisão,
devia ser em partes iguais,
Mas há sempre quem aplique o ditado:
“Quem parte e reparte, e não fica com a melhor parte…”
E quem
se lixa, já se
sabe quem é…
A
soma, vai somando e seguindo, nos cortes e recortes
já nem se esperam mais sortes…
E
chega a subtracção…
E
vejam lá que
diferença:
É sempre a diminuir,
O salário menos alto;
O
emprego menos certo;
O subsídio menos tempo;
A pensão menos segura;
Os nossos governantes,
E quem
manda neles,
Gostam
desta diferença…
Encaram-na
mesmo
Com
grande enleio…
E
comentam-na entre si:
“Não acham que há beleza na diferença???”
Carcavelos,
14 de Abril de 2013
A 30 de Abril, no Clube da Alapraia, uma homenagem a João Baptista Coelho, Poeta "Campeão dos Sonetos", dinamizada pelos "Jograis do Atlântico", Edite Gil e Francisco Félix Machado, para a qual escrevi e li:
JBC – Um soneto XXL
João Baptista Coelho, JBC, contabilista dedicado,
Com o “Deve e Haver”, o “Balanço” e o “Razão”, privou,
Até aos 57 anos, quando esse modo de vida se acabou,
E ele, JBC, teve pela frente nova vida… reformado.
Liberto dos jogos das contabilidades,
Descobriu as realidades dos Jogos Florais,
E com nova energia, e cada vez mais e mais,
Passou a concorrer em poéticas modalidades.
Nestes quase trinta anos de concursos concorridos,
Foram imensos os poemas bem rimados,
Tornando-se JBC campeão em sonetos premiados,
Tendo mil trezentos e tantos prémios recebidos.
Prémios com orgulho organizados e cuidados,
Numa sala e corredor, em exposição
Que mostra juntamente com tapetes já bordados,
Porque bordar “Arraiolos” é outra ocupação,
Nos intervalos de tempo livre mesmo assim usados,
Para naquele labor bordado buscar inspiração.
Fazendo cálculos pouco aproximados,
(O que o rigoroso JBC certamente nunca fez),
Conto por ano quase cinquenta poemas premiados,
Ou (também de um modo estimado) cerca de quatro por mês,
O que ao longo de quase trinta anos versejados,
É obra para se festejar mais uma vez!
Carcavelos, 30 de Abril de 2013
A 16 de Maio, se fosse vivo, o meu Pai fazia 103 anos... resolvi fazer-lhe nessa data esta homenagem:
DOMINGOS
ANTÓNIO MARTINS
16 de Maio de 1910 - 29
de Maio de 1977
O meu Pai, o Domingos António,
Se fosse vivo fazia hoje 103 anos…
Mas resolveu ir-se embora mais cedo,
Com a mesma idade que eu tenho agora.
Reformou-se aos 65 anos,
Mas nunca se habituou a não ir
trabalhar.
Não conseguia ocupar o tempo livre que
tinha.
E 13 dias depois de fazer os 67,
foi-se.
Lembro-me da prática da caridade,
Que exercia na Conferência de S.
Vicente de Paulo,
Com outros senhores que reuniam nos
Jerónimos,
E que iam distribuir senhas para
compras
Às casas dos pobrezinhos…
Mas também me lembro de me ter mandado
Devolver a farda da Mocidade
Portuguesa,
Que me tinham emprestado na escola
primária 107,
No Bairro de Belém, para ir com os
outros meninos
Devidamente fardados ao Jardim
Zoológico,
E eu sem farda não pude ir…
Lembra-me de todos os dias
O ardina ir levar lá a casa “O
Século”,
E à tarde, o meu Pai trazia o “Diário
Popular”.
À quarta feira, havia a “Flama”, e ao
sábado
O “Século Ilustrado”…
O meu Pai gostava de fotografar,
A família, e outros assuntos mais
“artísticos”...
Ainda ganhou uns prémios em concursos
Na casa do pessoal da “Atlantic”,
depois “BP”,
Onde sempre trabalhou, chegando a
lugares de chefia.
Lembra-me de uma “Agfa” de fole, “6 x
9”,
e depois uma “Zeiss Ikon”, modelo
“Contina III”,
Esta já do formato “24 x 36”.
Lembra-me de ele me levar às Salésias
Ver o Belenenses a jogar.
Mas também me lembro, tinha eu 13
anos,
De se ouvir na telefonia, o que era
possível
Da campanha do Humberto Delgado.
Penso que o meu Pai terá votado nele…
Lembra-me de ele me levar ao Museu
Militar,
Ao Castelo de S. Jorge, ao Museu de
Arte Antiga…
Lembra-me que ele gostava de desenhar,
E tinha uma letra muito certinha…
Lembra-me que ele me explicou como
funcionavam
As portas de correr dos eléctricos,
Fazendo-me desenhos com o esquema.
Ao sábado, a família toda, os meus
Pais,
A minha Irmã, e eu, (o meu irmão só
nasceu,
Quando eu tinha 12 anos), íamos à
Baixa.
Geralmente almoçávamos no “Forma”,
Ou no “ Palmeiras”, ou no “João do
Grão”.
Em dias de festa, era por vezes no
“Paris”,
Ou no Restaurante do “Chiado”.
Lembro-me da preparação das viagens
Para as idas para férias no verão.
Com caixas de cartão que ele trazia da
“BP”,
E que meticulosamente enchia com
víveres,
Para uma estadia de duas ou três
semanas,
E que depois artisticamente
embrulhava,
E prendia com várias voltas de corda,
Rematando com uma bem desenhada
etiqueta
Indicando o nome e o destino da
bagagem.
E eu seguia todas aquelas operações
fascinado,
e no dia seguinte era chamado um táxi,
Onde se enfiavam as caixas e as malas,
Que tinham umas capas de cotim,
E os meus Pais, e a minha Avó Sofia,
Mãe do meu Pai, que morreu, tinha eu
10 anos,
A minha prima Helena, que viva
connosco,
A minha Irmã e eu, tudo num táxi de 6
lugares,
Que nos levava até perto da Almirante
Reis,
À rua Cidade Liverpool, de onde saiam
as camionetas
Dos “Capristanos”, e mais tarde dos
“Claras”,
Que nos levavam até à Lourinhã,
Onde fazíamos transbordo para outra
Que nos levava até à Zambujeira dos
Carros,
Onde na paragem nos esperava a carroça
Do senhor Adelino, que levava a
bagagem
Até nossa casa em frente à capela.
Lembro-me de uma vez,
Já na Zambujeira dos Carros,
Ao levantar uma das caixas, ter tido
uma dor,
E ficar praticamente imobilizado,
Estragando o resto das férias;
Lembro-me que ele dizia que sofria de
reumatismo,
E andava sempre com uma batata no
bolso,
Que dizia que absorvia as humidades…
Lembro-me de quando viemos morar
Para Carcavelos, ele desenhar móveis
E mandar fazê-los num marceneiro
Da rua Vieira Portuense.
E que mais tarde quando eu propus
Umas modificações na disposição da
sala,
Ele me disse que quando tivesse a
minha casa
Fizesse lá as alterações que
entendesse,
Mas que aquela casa era a dele…
Lembra-me dele, em Carcavelos,
Já depois de reformado, ter vindo a
pé,
Uma vez, de casa dele a nossa casa,
Para visitar o neto João, que estava
doente.
Lembra-me pouco tempo depois
Ter tido um edema pulmonar.
Não escapou, foi enterrado
No cemitério de S. Domingos de Rana.
Em 25 de Junho de 2048,
Quando se passarem 103 anos
Sobre o dia em que vim ao mundo,
Como se lembrarão de mim,
Os meus filhos João e Francisco,
E os meus netos Gustavo e Violeta?
Eduardo
Martins
Carcavelos, Maio
de 2013
Em 18 de Maio, no Castelo de S. Jorge, em Lisboa, foi lançado o livro "AL ANDALUZ - 33 MOAXAHAS A LISBOA" promovido pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Embaixada de Marrocos, tendo sido eu e mais "os meus amigos das poesias" Guida Maldonado, João Baptista Coelho e Jorge Castro, convidados para participar, pelo organizador Ernesto Matos. As "Moaxahas", são uma forma poética com umas regras muito específicas, e esta foi a minha participação:
MOAXAHA
PARA LISBOA, A BELA
Sua suave beleza sempre seduziu.
Atraiu desde sempre
muitas gentes
Que aqui deixaram as sementes
De saber e pensamento para
outras mentes.
Lisboa, de todo o mundo muito
recebeu e a ele se abriu,
Espraiando-se no vasto
mar do Tejo que ainda é rio…
Lisboa acolheu sempre muitas
gentes variadas
Que quando saiam com as saudades
já anunciadas,
Ao partir, se viravam
sempre, sempre apaixonadas,
Não querendo perder de
vista o alvo casario,
Languidamente espalhado
até ao rio…
“Lisboa era uma noiva em sua alcova nupcial ”
(Ibne
Saide, Séc. XIII)
Eduardo
Martins
Carcavelos, 7
de Novembro de 2012
A 26 de Maio, mais uma vez em Coruche, denominada a "Capital Mundial da Cortiça", e integrado no certame "FICOR", foi lançado o segundo livro colectivo que saiu das sessões de "Um Poema na Vila", em edição da "Apenas Livros" com a designação "O Montado - Um Lugar Poético",( Com uma magnifica capa em cortiça...), na qual se integra este meu poema:
LAVOISIER
E A NATUREZA
O
Lavoisier, que entre outras coisas afirmou,
“Que
na Natureza nada se cria, nada se perde,
Tudo
se transforma”, acabou por perder a cabeça.
A
culpa foi da Revolução Francesa,
Que
não aceitava que ele estivesse do lado dos ricos,
Cobrando
impostos aos pobres.
Mas
a cabeça dele transformou-se na do Condorcet
Quando
resolveram fazer-lhe a estátua.
Portanto
não se perdeu completamente.
O
Lavoisier, era capaz de ter razão.
O
chaparro transforma-se em sobreiro,
Vários
sobreiros transformam-se num montado.
Os
sobreiros depois de desmontada a sua casca
Permitem
a transformação da cortiça que a compõe
Em
artefactos de várias formas, feitios e finalidades,
Que
permitem pôr rolhas em garrafas,
Revestir
pavimentos, e até vestir de forma bem isolada
As
roupas que os designers conceberam.
Digam
lá se isto não é poético? Tão poético é,
Que
é proibido por lei o abate dos sobreiros,
Excepto
quando outros valores mais altos se levantam…
Tais
como os imobiliários, a eventualidade de aeroportos,
Ou
umas tortuosas interpretações da defesa ecológica…
E
claro, o Lavoisier continua presente, já que também
Os
tribunais tomaram a defesa dos interesses dos poderosos
Contra
os interesses da protecção do ambiente,
Ganhou
Portucale, contra Portugal…
Carcavelos, 2 de Maio de 2012
Eduardo Martins
Em 28 de Maio, num dos almoços mensais que um grupo de amigos que se conhecem desde a escola primária em Belém, costuma fazer, com mais ou menos presenças, neste caso, estava a Ani Nogueira, o Horácio Marques, o Zé Curado, e eu, tendo mostrado o livro "O Montado - Um Lugar Poético", acerca da minha participação, gerou-se uma (saudável...) discussão, sobre se devia ser apelidada de "poesia", ou "prosa poética".
No "rescaldo", escrevi uma resposta "em verso, com rima", a que o Horácio retorquiu, e eu re-retorqui... Aqui está o resultado da "polémica":
DEBATE DE FORMA FORMAL
(após um almoço na A25A)
“Havemos de debater um dia
De uma forma bem formal,
O que é a poesia,
Ou o que não é, afinal,”
- Disseste tu, Horácio, algo céptico,
Folheando “O montado,
Dito - um lugar poético”
Em que eu tinha colaborado,
- “Porque quase de certeza,
Não tendo rima nem métrica,
O “Lavoisier e a Natureza”,
Era mais prosa poética.”
- Aí eu disse que sim,
Que por vezes acontece,
Mas o que há- de ser de mim,
Se a rima não aparece,
A métrica também não,
E se o ritmo não está lá?
Não tendo gato nem cão,
Sirvo-me daquilo que há…
Tento alinhar as ideias,
Arrumo-as para sair,
Não querendo pó para as veias,
Saem com pó… de seguir.
Eduardo Martins
Carcavelos, 29 de Maio de 2013
UMA ACHA PARA O DEBATE
(Não bebes mais ao almoço)
Debatamos, pois, então!
Prosa poética? Poema?
Em boa verdade eu resisto
A achar essa tese um dilema.
O que me rege é a sensação.
Poesia p’ra mim é isto:
Seja com rima ou sem ela
Às vezes a poesia acontece.
É como que uma prece
Que de forma muito bela
O meu sentimento estremece.
De métrica não quero saber
Nem se é ritmo o que lhe falta.
Tem de ser, sim, bela mulher
Que a cantar, sereia, me prende.
No meu peito o coração salta
E um rubro fogo se acende.
Tem que fazer reflectir,
Tem que me tocar bem fundo,
Tem que me fazer sentir
Que com poesia se aprende
A amar mais o nosso mundo.
Posto isto, não me digas mais
Que longo já vai o meu esforço.
Prosador eu sou, nada mais,
Que p´ra produzir uma rima,
Confesso, todo me torço.
Seja sem ritmo ou sem rima,
Ser poeta é estar mais acima.
Horácio Marques
ATIÇANDO MAIS UMA ACHA PARA O DEBATE
Eu acho que a acha ia
Muito melhor para a fogueira,
Mas o que se há-de fazer?
Esta veio desta maneira,
Chegou cá depois de almoço,
Nem provocou alvoroço,
E muito menos azia,
Só queria estabelecer,
O que é prosa ou poesia,
Porque consoante o tema,
Tenha ou não ritmo ou métrica,
Seja livre ou tenha rima,
Poema ou prosa poética,
Faça rir, ou seja tétrica,
Fale de gajas ou gays,
De presidentes ou reis,
Ou de rios onde se lave,
Seja de politica ou luta,
O que o poeta tem,
É mesmo de sair da cave,
E ir mesmo até lá acima
Sem ir para a coisa da mãe,
Nem ser um filho da gruta!
Eduardo Martins
Carcavelos, 31 de Maio de 2013
A 2 de Junho, em Coimbra, para uma iniciativa denominada "Leitão Com Poemas", por sugestão de Jorge Castro, laboriosamente organizada pelo Paulo Moura, grande co- (i?) responsável pelos blogs (referenciados aqui ao lado), "A fundaSão"; PersuaSão" e "Tuna Meliches", havendo neste ultimo umas completíssimas reportagens sobre o dito repasto, arrancaram de Carcavelos em dois carros, (primeiro as senhoras, por ordem alfabética: Ana, Lídia, Lurdes, Margarida; depois os "manfios" Eduardo e Jorge), e apanharam em Oeiras dois "boleiantes" a Kikas e o JF, e juntaram-se à caravana em Santarém, as "Coruchenses" Ana e Rosário;
O almoço foi divertidíssimo, e no fim, entre outras participações, devidamente documentadas aqui ao lado ("Tuna Meliches"), lavrei o meu protesto...
LEITÃO
COM POEMAS
Desculpem qualquer
coisinha,
Meus estimados
comensais,
Mas tenho uma batatinha,
Entalada na garganta,
E se não a desentalo,
Se só mastigo e não
falo,
Eu não me aguento mais!
Tenho de desabafar,
Oh saciados da fome!
Depois da manducação,
De tanto leitão assado,
Eu lavro uma acusação:
E ninguém se escapa a
ela,
Nem vai ter amnistia:
Cada um é aqui culpado
De praticar pedofilia!
Ao nascer os bacorinhos,
Têm um destino fatal:
Paridos pela mãe porca,
De parto bem natural,
Nela mamam, coitadinhos,
Por pouco tempo, afinal.
Porque é a sina dos
pobres:
São roubados à família,
E a troco de alguns
cobres,
Vão alimentar a luxúria
De uns galfarros
comilões
A quem não chega comerem
Porconas e porcalhões,
De toda a forma e feitio:
Ainda têm de papar
Os indefesos infantes,
Sujeitos a tais maus tratos,
Vindo a acabar nestes
pratos,
Com aquelas peles bem crocantes…
E nós para aqui,
oficiantes,
Desta safada cerimónia,
Com os olhares já bem
brilhantes,
Rogaremos suplicantes,
Que se cumpra dia a dia,
Esta saborosa orgia,
Da leito – pedofilia.
Eduardo Martins
Carcavelos, 30 de
Maio de 2013
Cores vivas e poesia crocante!
ResponderEliminarUm abraço
OH DOM RAFAEL... Os meus agradecimentos... Como dizia a outra, "Cores Vivas é o contrário de cores mortas..."; Quanto ao crocante, há que ter sempre muito cuidado com os dentes...
EliminarEstás com uma aceleração que eu vou-te contar! Aproveita enquanto tens tempo...quando a gota me deixar, vou-te desafiar...
ResponderEliminarUm abraço
Helder Martins
Porque é que não deixas a "gota a gota", e mandas arranjar a torneira???
EliminarUm abraço
Eduardo
Aí, meu, que lhe deste com força! Foi do balanço apanhado, decerto... E ao ler a «história» sobre o teu pai fiquei certo de que esse balanço não vinha dos tais meses parados, mas da vida toda a mexer.
ResponderEliminarNão te esqueças das tuas aritméticas para a próxima sessão das Noites, que aquilo mete contas, como sabes.
Grande abraço, com chapelada, pois, e aplauso.
Agradecimento com vénia comedida por causa das cruzes... Pois, é só fazer as contas, como dizia o outro, e antes disso há que ver o que acontece enquanto dura o poema...
ResponderEliminarTem muito que se lhe diga
ResponderEliminarEsta coisa de versejar.
Para quem já tem o jeito
A rima desponda a eito;
Mas quem não tem o condão,
Não se consegue livrar
De poesia de tostão.
Nem que faça uma figa,
Nada sai a preceito.
Portanto, meu querido amigo,
Não me arrastes para o debate.
Lá prosar a direito,
Ainda faço um biscate,
Em tudo o mais sou um perigo
A parir versos com defeito.
Mas p'ró teu blog cerejal,
Que muito mexe comigo,
Vai abraço especial
Deste teu velho amigo.
Velho amigo, o caraças!
EliminarOs trapos é que são velhos
E não venhas com trapaças,
Porque até te desembaraças,
Nem precisas de conselhos...
Prosas a torto e a direito,
E ainda biscatas com ganas,
E até para rimas tens jeito,
Sim! Que a mim não me enganas!