No dia 15 de Dezembro, no "Clube Desportivo da Costa do Estoril", na Alapraia, e integrado num ciclo dedicado a vários poetas, foi a vez de ler a poesia de Maria Francília Alves Pinheiro, que esteve presente, e foi dita pelos "Jograis do Atlântico", e também pelos seus outros confrades e amigos de outras tertulias, também presentes, Eduardo Martins, Jorge Castro e João Baptista Coelho. Além das poesias da Francília que escolhi e li, fiz também uma que lhe dediquei com muito gosto:
MARIA FRANCÍLIA ALVES PINHEIRO
Minho,
Moçambique, Madeira
Três
origens, três destinos,
Três
locais todos com M por início.
E agora
Caxias, Oeiras, Grande Lisboa.
Uma
aprendizagem recebida,
Muitas
aprendizagens oferecidas,
Uma
vida cheia de ensinos,
De professora
do Ensino Primário.
Com
orgulho, com muitos orgulhos
Pelas
portas que foi deixando abertas,
Para os
que foram seus alunos,
Para os
que ficaram seus amigos.
À
poesia, diz que chegou já com os cabelos brancos.
Mas
atenta ao mundo em mudança
E às
desgraças naturais e às provocadas,
Delas
foi dando conta ao longo da sua escrita.
Como
também foi dando conta das coisas boas.
Das
paisagens, dos campos e das cidades,
E as
pessoas também estão muito presentes.
Porque
felizmente, há muitas pessoas boas…
E a
Francília tem louvado as pessoas boas
Aquelas
que são dignas de louvor.
E tem lembrado
aquelas que se vão embora,
Segundo
consta para um sítio melhor…
A
Francília, por tudo quanto relatei
Merece
ser louvada, e continuar a ser
Por
tudo o que já fez até agora,
E por
tudo o que ainda vai fazer e escrever.
Eduardo
Martins
Carcavelos, 15
de Dezembro de 2012
Para Coruche, para a activissima tertulia "Um Poema na Vila", dinamizada pela Ana Freitas, e para a sessão do dia 7 de Dezembro, onde não pude estar presente, sujeita ao tema "Minha Casa, meu Recato", enviei o seguinte poema:
“REDONDA COMO OS VOCÁBULOS”
“A Casa e o Mundo”, escreveu Rabindranath Tagore;
“A minha Casa é
o meu Castelo”, escreveu já não sei quem;
“No Cantinho do
Meu Lar”, pode ser letra de Fado;
Por muito em Erudito Enciclopédico que me arvore;
Por
muito que procure e recupere frases ditas por alguém;
Por
muito que trauteie as palavras com trinado;
O que é verdade, é que na minha casa tenho o meu recato…
Mas
também
tenho acesso a todo o Mundo,
No carregar de um comando,
com a ponta de um dedo…
Em minha casa, sei da
desgraça no
momento exacto;
Sei quando as crises batem
mesmo lá no
fundo;
E quando as guerras começam para combater o medo;
Quando o meu recato é invadido, não procuro um recanto,
Mas antes a parede contínua, suave, acolhedora,
Que encaminha repetidamente
os meus passos em volta…
Caminhar
na minha casa é sempre
para mim um espanto,
Porque
sendo a casa redonda, tanto dentro, como fora,
E não tendo ponta por onde lhe pegar, andar não me acalma a revolta…
Eduardo Martins
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