A minha prestação alusiva ao tema foi a seguinte:
INFANTIDADES
Infantes
em Portugal, ele há muitos…
Para
todos os gostos…
Há
o Infante Santo, o Infante D. Henrique,
O
Infantado…
Até
mesmo no Exército, há a Infantaria…
(Mas
para lhe fazer companhia,
Tem
a Cavalaria, e a Artilharia…)
Infantes,
é o que para aí há mais,
Alguns,
cada vez mais macambúzios…, cabisbaixos…,
Direi
mesmo trombudos…, elefantes…
Os
Infantes Portugal, ou melhor, de Portugal,
Foram
para todo o lado, ao longo de toda a história
De
todo o Portugal, de todos os tempos…
Iam
à descoberta, à aventura, por vezes à desventura…
Por
vezes ficavam por lá, a bem ou a mal…
Uns
foram de livre vontade,
Outros
não agradecidos, mas obrigados,
Para
as mais variadas expedições,
Exploratórias…,
punitivas…, vingativas…
Os
Infantes Portugal, ou melhor, de Portugal,
Tiveram
acesso ao ensino, somaram cursos,
Alguns
até os subtrairam…
Na
mira de uma situação profissional estável,
E
compatível com a Europa
De
que julgavam fazer parte,
Mas
donde os querem correr
Com
o crescente desemprego e desespero.
Não
há luz que alumie o buraco,
O
túnel não tem fim, e os Infantes Portugal
Sentem
sombras aliciantes e mutantes
Com
requebros de governantes,
Com
vozes sonolentas mas provocantes
Mandando-os
partir de novo…
“Emigrem,
Infantes, Emigrem, este país,
Portugal,
não é para jovens, Infantes…
Façam-se
de novo ao mar, descubram novos mundos,
Mandem
dinheiro para cá
Para
ajudar a liquidar
A
sagrada dívida que nos ofereceram…"
E
as sombras, aliciantes e mutantes,
Com
requebros de governantes,
Continuam
a debitar ideias, siglas, percentagens,
E
os Infantes, e os menos Infantes,
Juntam-se
contra as Sombras Mutantes,
E
em multidão, juram num grito renascido,
Que
o Povo unido jamais será vencido!
Mas
as Sombras Mutantes
Olham
para aquela multidão,
E
de forma displicente
Dizem,
“parecem governantes,
Onde
é que pensam que estão,
A
fazer juras para a gente?
Parece
que nunca ouviram
Dizer
que quem mais jura mais mente?”
Eduardo Martins
Carcavelos, 21 de Setembro de 2012