domingo, 16 de dezembro de 2012

As ultimas participações poéticas...


No dia 15 de Dezembro, no "Clube Desportivo da Costa do Estoril", na Alapraia, e integrado num ciclo dedicado a vários poetas, foi a vez de ler a poesia de Maria Francília Alves Pinheiro, que esteve presente, e foi dita pelos "Jograis do Atlântico", e também pelos seus outros confrades e amigos de outras tertulias, também presentes, Eduardo Martins, Jorge Castro e João Baptista Coelho. Além das poesias da Francília que escolhi e li, fiz também uma que lhe dediquei com muito gosto:

 
 MARIA FRANCÍLIA ALVES PINHEIRO

 

Minho, Moçambique, Madeira

Três origens, três destinos,

Três locais todos com M por início.

E agora Caxias, Oeiras, Grande Lisboa.

 

Uma aprendizagem recebida,

Muitas aprendizagens oferecidas,

Uma vida cheia de ensinos,

De professora do Ensino Primário.

 

Com orgulho, com muitos orgulhos

Pelas portas que foi deixando abertas,

Para os que foram seus alunos,

Para os que ficaram seus amigos.

 

À poesia, diz que chegou já com os cabelos brancos.

Mas atenta ao mundo em mudança

E às desgraças naturais e às provocadas,

Delas foi dando conta ao longo da sua escrita.

 

Como também foi dando conta das coisas boas.

Das paisagens, dos campos e das cidades,

E as pessoas também estão muito presentes.

Porque felizmente, há muitas pessoas boas…

 

E a Francília tem louvado as pessoas boas

Aquelas que são dignas de louvor.

E tem lembrado aquelas que se vão embora,

Segundo consta para um sítio melhor…

 

A Francília, por tudo quanto relatei

Merece ser louvada, e continuar a ser

Por tudo o que já fez até agora,

E por tudo o que ainda vai fazer e escrever.

 


Eduardo Martins

Carcavelos, 15 de Dezembro de 2012

   




Para Coruche, para a activissima tertulia "Um Poema na Vila", dinamizada pela Ana Freitas, e para a sessão do dia 7 de Dezembro, onde não pude estar presente, sujeita ao tema "Minha Casa, meu Recato", enviei o seguinte poema:

 
 
REDONDA COMO OS VOCÁBULOS

 

A Casa e o Mundo, escreveu Rabindranath Tagore;

“A minha Casa é o meu Castelo”, escreveu já não sei quem;

“No Cantinho do Meu Lar”, pode ser letra de Fado;

 

Por muito em Erudito Enciclopédico que me arvore;

Por muito que procure e recupere frases ditas por alguém;

Por muito que trauteie as palavras com trinado;

 

O que é verdade, é que na minha casa tenho o meu recato

Mas também tenho acesso a todo o Mundo,

No carregar de um comando, com a ponta de um dedo

 

Em minha casa, sei da desgraça no momento exacto;

Sei quando as crises batem mesmo lá no fundo;

E quando as guerras começam para combater o medo;

 

Quando o meu recato é invadido, não procuro um recanto,

Mas antes a parede contínua, suave, acolhedora,

Que encaminha repetidamente os meus passos em volta

 

Caminhar na minha casa é sempre para mim um espanto,

Porque sendo a casa redonda, tanto dentro, como fora,

E não tendo ponta por onde lhe pegar, andar não me acalma a revolta

 

 
 Eduardo Martins

 Carcavelos, 5 de Dezembro de 2012



Poemas para Aniversariantes

De outros, que fui enviando em diversas datas de aniversários, para diversos aniversariantes, perdi-lhes os rastos, escondidos que devem estar entre emails enviados, ou textos em "word", arquivados sabe-se lá onde. Estes dois, um já de Fevereiro, e outro de Dezembro, sei onde estão. O de Fevereiro foi enviado ao Jorge Castro, amigo e produtivo poeta e promotor de poesia, como saberão certamente muitos dos que aqui chegam a este meu recatado canto...
O outro, o de Dezembro, é para outra amiga, esta de há mais de cinquenta e cinco anos, amiga desde as patinagens no ringue do estádio do Restelo, em que ela eras conhecida pela "avózinha", porque com mais dois anos do que a restante malta do grupo...


 60º ANIVERSÁRIO DE JORGE CASTRO

 

João de Deus, digno autor,

De uma maternal cartilha

Connosco também partilha

Parabéns dados com humor…

“Com que então caiu na asneira…”

Inquiria ele gozando…

E tu, sessenta chegando

Para fazer na sexta-feira…

 
Vais ver, não custa nada!
 
Que a vida começa aos quarenta,

É tese já confirmada.
 

 Fazes agora sessenta

Auguro vida recheada

De versos, até aos noventa…
 

 E quem diz noventa diz cem

Mas rimo de outra maneira

Que nesse caso ficas bem

Junto ao Manoel de Oliveira…

 
Eduardo Martins

Carcavelos, 24 de Fevereiro de 2012

  
Durmas tu descansadinho

Que num canto cerebral

Verso quase ajeitadinho

Espera pelo “clique” final

 

E ao despertar sai com jeito

Esse verso que é o tal

Que se integra com proveito

Num poema “Jorge Castral”…
 
 
 
Para o Aniversário da ANI, fui reler o que escrevera para o Jorge, e porque a necessidade aguça o engenho, tentei dar a volta ao texto, mas o João de Deus continuou a fazer perguntas...
 
 
 69º ANIVERSÁRIO DE ANA NOGUEIRA

De uma maternal cartilha
João de Deus, digno autor,
Connosco também partilha
Parabéns dados com humor…
 
Inquiria ele gozando…
“Com que então caiu na asneira…”
E tu, sessenta e nove chegando
Para completar sexta-feira…
 
Cada número redondinho
De circulo e cauda formado,
Um ao outro bem juntinho,
Cada cauda para o seu lado…
 
Parece uma cambalhota
Harmoniosamente acabada!
Batem perdigota e bota,
Na reviravolta dada…
 
Deixa lá que a seguir,
Hão-de chegar os setenta,
E outros mais hão-de vir…
Até chegares aos noventa
 
E quando chegar à centena,
E sempre a somar mais um,
A festa não será pequena
A olhar já para os cento e um…
 
Porque de olho verde e pequenina,
Seguindo teorias orientais,
Lendo, passeando, indo à piscina,
Chegarás aos cento e um, ou mesmo mais…
 
Eduardo Martins
Carcavelos, 7 de Dezembro de 2012